19.9.06

Folha Dirigida

Rio de Janeiro / 18


18.9.06

Jornal do Brasil

Niterói / 07


O Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (ICHF) promete movimentar o Campus com intensas programações culturais a partir deste mês, com uma curadoria própria para a Galeria de Artes. A Mostra Curta Todo Dia marca a reinauguração do Espaço Cultural e da Galeria, com a exibição de mais 40 filmes e vídeos de curta-metragem selecionados do vasto acervo de produções audiovisuais da UFF.
De 18 a 29/09, no intervalo entre uma aula e outra - entre 17h30 e 18h30 -, os alunos do Instituto poderão conferir alguns dos melhores curtas de todos os tempos realizados por alunos de Cinema, além de comentar os filmes e debater os temas suscitados no endereço virtual http://www.curtatododia.blogspot.com/.
A cada dia, um tema em foco: curtas lançados este ano; adaptações da literatura; curtas que abordam a relação entre realidade e ficção; filmes ambientados no período da ditadura militar; filmes de animação; ficções e documentários ambientados em bares e cabarés; curtas que dialogam com a incomunicabilidade; curtas que retratam relações entre homens e mulheres ou a mulher em situações diversas; curtas os mais diversos.
Muitos dos filmes aqui reunidos colecionam prêmios em diversos festivais nacionais e internacionais, e alguns de seus diretores, cineastas formados, estão em plena atividade na área, enriquecendo o cinema nacional com sua formação universitária.
Eis, aqui, o melhor do Cinema da UFF. Curta Todo Dia!
Beatriz Tavares
Curadora da Galeria de Artes
PROGRAMAÇÃO:

18/09 (2a feira): Da última geração
“Trocadim, dotô” (2006), de Daniel Paiva
“Frio” (2006), de Álvaro Furloni
“Fim de Expediente” (2006), de Alexandre Sivolella Barreiro
“Hora Extra” (2006), de Davi Kolb
19/09 (3a feira): Da página pra tela
“Ruivos” (2004), de Aristeu Araújo
“Epifania de mamãe” (2005), de Dostoiewski Mariatt
“Tentação” (1982), de Edilson Vidal e Teresa Andréa
“Boca a Boca” (2003), de Allan Ribeiro
“Arábia” (2000), de Tiago Morena
“WM” (2003), de Bernardo Ururahy e Juan Carlos González
20/09 (4a feira): Realidade ou ficção?
“Um filme para cinema” (1979), de Luelane Corrêa
“Violurb” (1985), de Cleumo Segond
“Era Araribóia um astronauta?” (1998), de Tetê Mattos
21/09 (5a feira): Torturas nunca mais
“Os donos da morte” (2001), de Alexandre Guerreiro
“PSW – Uma crônica subversiva” (1987), de Paulo Halm e Luiz Arnaldo Campos

22/09 (6a feira): Miscelânea 1
“Artaud e seu duplo” (2005), de Fábio Terre
“O perdedor” (2006), de Vitor Leobons
“Dinheiro” (1989), de Aaron Koenig e Christina Koenig
“Bach Experimental” (1990), direção coletiva
“Uma casa muito engraçada” (1996), de Toshie Nishio
“Gêmeos” (2002), de André Metello
“Dia internacional da preguiça e contra a inércia” (2002), de Candy Saavedra e Carla Miguelote
25/09 (2a feira): Bares
“Bar Natal” (1984), de Wilson Paraná
“Onde a noite acaba” (2005), de Poliana Paiva
“Perdi a cabeça na linha do trem” (1992), de Estevão Ciavatta Pantoja
“Papo de Botequim” (2004), de Allan Ribeiro
26/09 (3a feira): Cabarés
“Na calada da noite” (1986), de Luiz Arnaldo Campos e Paulo Halm
“O vestido dourado” (2000), de Aleques Eiterer, Alexandre Guerreiro, Alexandre Seigarro, Flávio Magalhães e Renata Abreu
“Meninas” (2005), de Dostoiewski Mariatt e Rafael Leal
27/09 (4a feira): Diálogos
“Fragmento de uma mulher sozinha” (2002), de Poliana Paiva e Camila Márquez
“Vê que não estou chorando” (2005), de Dostoiewski Mariatt e Rafael Leal
“Um sol alaranjado” (2001), de Eduardo Valente
“A caixa preta” (1994), de Alexandre Plosk
“Terral” (1995), de Eduardo Nunes
28/09 (5a feira): Elas&Elos
“Cão Guia” (1999), de Gustavo Acioli
“Oi Laura, oi Luis” (1998), de Márcio Melges
“Gostosa” (1991), de Pablo Torres Lacal, Márcia Nascimento, Alexandre Plosk e Cléber Rezende
“Meninas” (1997), de Paula Alves
“A aparição de Madalena” (2005), de Fernando Secco
“Amor que fica” (2005), de Lara Dezan
29/09 (6a feira): Miscelânea 2
“O Palhaço Xupeta” (1996), de Carlos Sanches e André Luiz Sampaio
“Kaiju Eiga” (1996), direção coletiva
“Nictheroy em foco” (1988), de Gustavo Cascon, Paulo André Lima, Marcos Santos Lima, Geison Santana e Luiz Guimarães de Castro
“O combustível do futuro” (1989), de Gustavo Cascon
“Uma estrela pra Ioiô” (2003), de Bruno Safadi

14.9.06

Entrevista para a Folha Dirigida

Roberta Fernandes (Folha Dirigida) - Desde quando existe o espaço? Quanto tempo ficou fechado?

Beatriz Tavares (Geleria de Artes do ICHF) - O espaço físico não estava fechado. Só não estava sendo bem utilizado para fins culturais. Há, lá, com freqüência, apenas os ensaios do Coral da UFF. Não havia uma curadoria própria para a Galeria de Artes que promovesse atividades culturais lá. Sobre o surgimento do espaço, o Prof. Palharini poderá informá-la melhor.

RF - De que forma foi possível a reinauguração? De onde vieram as verbas, iniciativa etc?

BT - Bastou a criação de uma curadoria própria para a Galeria de Artes do ICHF. Não houve necessidade de verbas para a reinauguração. Usamos a estrutura de que a Universidade dispõe. O Prof. Palharini já há algum tempo desejava reativar o espaço. Eu ingressei como funcionária do Instituto no último concurso público. Como tenho formação na área artística (Cinema), o Prof. Palharini me indicou para a curadoria da Galeria de Artes e começamos a elaborar projetos próprios para o espaço, visando transformá-lo numa referência cultural dentro e fora da Universidade. A iniciativa é do ICHF, com apoio do Instituto de Arte e Comunicação Social (IACS) e do Núcleo de Comunicação Social (NUCS) da UFF.

RF - Qual foi a sua participação neste processo?

BT - Elaboração da programação e produção do evento.

RF - Quais os benefícios a reabertura do espaço proporcionam à universidade?

BT - A qualidade da Universidade Pública consiste no fato de ela não ser apenas um centro de formação profissional, mas também um ambiente de formação humana, produção de conhecimento, em que se integram ensino, pesquisa e extensão. A proliferação de espaços culturais contribui para essa formação integrada e completa. Cria um ambiente de socialização, reflexão, crítica, produção, criatividade. A arte humaniza o homem. Em oposição à formação mecanizada que se prolifera no "mercado de ensino" visando dar retorno unicamente ao mercado, a Universidade Pública promove uma formação humanizada visando dar retorno à sociedade. A reinauguração do Espaço Cultural e da Galeria de Artes do ICHF deverá contribuir para isso na UFF.

RF - Por que foi escolhida a Mostra Curta Todo Dia para reabrir o espaço? Os alunos que produzem cultura na UFF sentiam falta de um espaço para apresentar suas produções?

BT - Para a reinauguração do espaço, quisemos valorizar a produção interna. O curso de Cinema da UFF é um dos melhores do Brasil e sem dúvida o melhor do Estado do Rio de Janeiro, com uma produção intensa e de grande qualidade. Muitos dos filmes a serem exibidos colecionam prêmios em diversos festivais nacionais e internacionais e alguns de seus diretores, já formados, estão em plena atividade na área, enriquecendo o cinema nacional com sua formação universitária. Fizemos uma seleção que inclui filmes realizados desde a década de 70 até os lançados em 2006 - um panorama de toda essa produção. Não há, no Brasil, uma política de exibição de curta-metragem, e são poucos os festivais voltados para a produção universitária (um dos principais, o Festival Brasileiro de Cinema Universitário, é também promovido pela UFF). A Mostra Curta Todo Dia tanto possibilita aos alunos a exibição de seus filmes, como ao público tomar conhecimento dessa produção. Cabe ressaltar, no entanto, que o espaço não se restringirá à produção que é realizada no âmbito da Universidade. Já temos um projeto para novembro a ser realizado em parceria com o Instituto Municipal Nise da Silveira, que incluirá exposição de obras do Museu de Imagens do Inconsciente e outras atividades artísticas que abordem como tema a relação entre arte e loucura.